A cantora Lexa revelou nesta segunda-feira (10) que sua filha recém-nascida, Sofia, faleceu três dias após o parto. Em um desabafo emocionado nas redes sociais, a artista explicou que enfrentou um quadro de pré-eclâmpsia associada à síndrome de Hellp, uma condição grave que levou ao parto prematuro da bebê.
O que é a pré-eclâmpsia?
A pré-eclâmpsia é um distúrbio hipertensivo da gravidez que costuma surgir após a 20ª semana de gestação. Ela é caracterizada pelo aumento da pressão arterial e pela presença de proteína na urina (proteinúria), além de inchaço e outros sintomas. A condição acontece devido a um problema na formação dos vasos sanguíneos da placenta, dificultando o fluxo adequado de sangue para o feto.
Caso não seja diagnosticada e tratada a tempo, a pré-eclâmpsia pode evoluir para um quadro mais grave, levando a eclâmpsia, caracterizada por convulsões, ou à síndrome de Hellp, que compromete órgãos vitais como o fígado e os rins.
O que é a síndrome de Hellp?
A síndrome de Hellp (Hemólise, Elevação das Enzimas Hepáticas e Baixa Contagem de Plaquetas) é uma complicação severa da pré-eclâmpsia, que pode colocar em risco tanto a mãe quanto o bebê. Esse quadro provoca a destruição das hemácias (células vermelhas do sangue), inflamação no fígado e uma drástica queda no número de plaquetas, essenciais para a coagulação do sangue.
Entre os principais sintomas estão:
- Dor intensa na parte superior do abdômen, especialmente do lado direito;
- Náusea e vômito;
- Dores de cabeça persistentes;
- Inchaço e ganho de peso repentino;
- Alterações na visão, como visão turva ou sensibilidade à luz;
- Sangramentos anormais, devido à redução de plaquetas no sangue.
A síndrome de Hellp pode levar à falência múltipla de órgãos e à necessidade de interrupção emergencial da gravidez, já que a única forma definitiva de tratamento é o parto imediato.
Fatores de risco e prevenção
A causa exata da pré-eclâmpsia ainda não é completamente compreendida, mas alguns fatores aumentam a probabilidade do problema, como:
- Primeira gravidez;
- Histórico familiar ou pessoal da doença;
- Gestação antes dos 18 ou após os 40 anos;
- Obesidade e doenças crônicas, como hipertensão e diabetes;
- Gravidez de gêmeos ou múltiplos.
Para minimizar os riscos, é essencial um acompanhamento pré-natal rigoroso. Algumas pacientes podem se beneficiar do uso preventivo de aspirina em baixa dosagem (AAS infantil) e suplementação de cálcio para reduzir as chances de desenvolver a doença.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito por meio de exames de pressão arterial, análises laboratoriais e monitoramento da saúde da gestante. Uma vez identificada a pré-eclâmpsia, o tratamento pode envolver:
- Controle rigoroso da pressão arterial com medicamentos específicos;
- Monitoramento frequente da mãe e do bebê;
- Repouso e ajustes na dieta, com restrição de sal e aumento na ingestão de líquidos;
- Em casos graves, internação hospitalar e, se necessário, antecipação do parto para preservar a vida da mãe e da criança.
Impacto do caso de Lexa
A perda da filha de Lexa trouxe à tona a seriedade da pré-eclâmpsia e suas complicações, reforçando a necessidade de maior conscientização sobre a doença. Estima-se que cerca de 5% a 8% das gestações sejam afetadas pela pré-eclâmpsia, sendo uma das principais causas de complicações maternas e fetais no mundo.
A tragédia vivida pela cantora evidencia a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico adequado, fundamentais para reduzir os riscos dessa condição que pode ser fatal tanto para a mãe quanto para o bebê.