Há mulheres que vivem uma vida inteira sob o mesmo título. Cláudia Peres escolheu escrever capítulos — muitos — cada um com sua própria linguagem, ritmo e propósito.
Do Méier, zona norte do Rio, Cláudia aprendeu cedo que crescer é um verbo que nem sempre rima com facilidade. A infância, marcada por conflitos familiares e escassez, poderia ter silenciado sonhos. Mas não com ela. Em vez de freio, as dores viraram combustível. Ainda jovem, fez da resiliência um dom e da superação, um hábito.
Formou-se em Economia pela Universidade Gama Filho e logo mergulhou no mundo financeiro. Ocupou cargos de destaque em bancos como Bamerindus, Unibanco e Banco do Nordeste. Gerente, estrategista, líder. Em um ambiente dominado por homens e egos inflados, ela não apenas sobreviveu — floresceu.
“Os números sempre me interessaram. Mas o que me move mesmo são as histórias por trás deles.”
Em 2005, virou a chave. Empreendeu no setor de crédito consignado com a Credidiler, liderando uma equipe de 35 pessoas e transformando a empresa em referência no Rio. Mas o sucesso, para Cláudia, sempre foi menos sobre cifras e mais sobre impacto. E quando o mercado deixou de emocionar, ela ouviu algo mais sutil: o chamado da alma.

Entre receitas e realinhamentos
Foi então que veio a gastronomia. Em 2018, tornou-se franqueada do Instituto Gourmet e criou espaços onde não se ensina apenas a cozinhar, mas a acreditar. Jovens, mulheres, pessoas em busca de recomeço encontraram nas suas unidades não só técnica, mas também afeto.
E quando parecia já ter vivido diversas versões de si, Cláudia ousou mais uma: em 2022, mergulhou na terapia quântica — um universo que une ciência, energia e expansão da consciência. Tornou-se facilitadora de Barras de Access e passou a usar o equipamento Morfus 1 para ajudar pessoas a desbloquearem crenças e se reconectarem com o que têm de mais autêntico.
“A mente aberta é um portal. Quando a gente entende isso, passa a viver com mais leveza, com mais sentido.”
Hoje, Cláudia transita entre o empreendedorismo e o cuidado. Entre o racional e o intuitivo. Ela entende de negócios, mas fala com a alma. Ajuda pessoas a se organizarem financeiramente — ou emocionalmente. Tanto faz. Seu ofício, no fim, é provocar transformação.

Uma mulher que não cabe em um só rótulo
Empresária. Terapeuta. Mãe. Inspiradora. Cláudia não se apega a títulos, mas carrega consigo uma certeza: é possível recomeçar aos 30, aos 50 ou aos 70. A vida não é uma linha reta — é espiral. E cada volta, por mais desafiadora que pareça, é uma chance de ser mais você.
